sobre o sr burns (o lembo)

acabo de ler no jornal Folha de S Paulo, na última parte do caderno Ilustrada, a crônica de Marcelo Coelho sobre a ascenção de Lembo ao governo do Estado.
na coluna, o escritor menciona a aversão de Lembo a fotografias, como referência ao passado. portanto, para Lembo (e para Coelho também) o passado é descartável e passível de ser ignorado.
pois bem. a minha formação me impede de concordar com tal teoria. isso porque sou um grande ativista da conservação da memória. a memória não só nos remete a coisas boas que já aconteceram, como também a coisas ruins; e tais coisas ruins são de extrema importância para evitarmos que os erros do passado reincidam (afinal, errar é humano, repetir o erro é burricie).
se tomarmos as premissas de Lembo para com o passado, ignorando recordações, poderíamos voltar a cometer as mesmas ignorâncias que já fizemos. que tal então aprender com o passado ao invés de jogá-lo fora?
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a coluna também cita a predileção dos partidos políticos ao autoritarismo. o assunto é delicado e rendeu uma discussão calorosa no último domingo. um primo meu tem um tio que trabalhou ultimamente para a prefeitura de s. paulo e provavelmente irá participar da campanha de serra para o governo do estado. a discussão se deu em relação à índole dos governadores tucanos. eu insistia que todos eram corruptos, mas eram muito mais inteligentes que os políticos do pt, que babam ao ver o dinheiro e caem na arapuca dos outros partidos. e que o alckimin embolsou muito dinheiro nessa história de privatização de estradas e em outras coisas, e ouvi vociferarem contra mim "então prove!", enquanto eu dizia "não cabe a mim provar".
foi então que eu mencionei o autoritarismo. em algum ponto da conversa foi dito que "assim é o sistema democrático", e eu disse "pois é". daí veio a pergunta "então vc acha que a democracia não funciona?" "não." "e acredita no quê? no autoritarismo?" "não, mas acredito que dentro de um sistema como o implantado sempre é necessária uma mão do governo para manter certo controle sobre a situação." isso não quer dizer que eu seja partidário do autoritarismo, mas que ele tem sido usado como maneira de manter certa unidade governista nos últimos 16 anos (ou você acha que o psdb realmente não rouba?). no dia seguinte, na segunda-feira, saiu no jornal as inúmeras irregularidades do governo alckimin. e eu pergunto: seria possível governar se ele não tivesse posto a mão na justiça do estado e enterrado inúmeras CPIs?
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mais uma coisa: a coluna menciona as sobrancelhas gigantes de Lembo, mas não conseguiu defini-las com clareza. eu faço isso: sabe o Dustin Hoffman no filme Hook (aquele em que Robin Williams faz-se de Peter Pan velho)? pois é.